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9 sepulturas pra lá de especiais
Em estudo sobre o cotidiano feminino no Brasil do século XIX, a partir de relatos de viajantes ingleses e norte-americanos, Tânia Quintaneiro destaca que um dos aspectos observados por esses viajantes foi o costume, comum a todas as classes, de esconder as mulheres da vista dos forasteiros [4]. Percebendo sua ausência [das mulheres] nas salas de visitas e até na salão de refeições, sabendo-as impossibilitadas de caminhar livremente pelas ruas, escoltadas ainda em suas constantes idas à igreja, alguns acreditavam que um dos poucos divertimentos que restava às senhoras e senhoritas brancas, e no qual passavam longas horas, era olhar. Esse tipo de olhar, muitas vezes, continua sendo direcionado sem crítica às mulheres em diferentes contextos e momentos históricos. Conforme ressalta Joan Scott , p. Busca exatamente entender os sentidos que tornaram inteligíveis as mulheres nesse contexto geo-histórico [7]. O gênero é aqui entendido, conforme conceitua Teresa de Lauretis , p. Conforme Perrot , p. Aqui, procuro esses vestígios, escavando as memórias escritas de Cyro dos Anjos e de Darcy Ribeiro [8] em suas autobiografias, respectivamente: A menina do sobrado, publicada em [9] , e Confissões, publicada em [10]. Esses autores nasceram em Montes Claros — Cyro em , Darcy em —, onde viveram a infância e a adolescência.